terça-feira, 24 de novembro de 2009
RUAS SEM SAÍDA
Casas, portões, portas, janelas...
Ruas sem saída?
Salas, quartos, quintais...
Ruas sem saída?
Pessoas,corações...
RUAS SEM SAÍDA!
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
sábado, 31 de outubro de 2009
METAMORFOSES
Linda
De um azul esverdeado tão iluminado...
Nos jardins coloridos cresci
Não sem medo de alçapões e caçadores.
Esgueirei-me pelas frestas
Nem sempre conseguia livrar-me de mãos astutas.
No entanto, sobrevivia
Lambia meu sangue
Engolia-o misturado às lágrimas insistentes.
Quando podia, batia minhas asas sob o sol
E voava livre para a imensidão.
Invejava os pássaros que mais alto podiam ir
Tentei alcançá-los num vôo sem volta
E a beleza de minhas asas encontraram seu fim.
Com corpo, sem asas
Desenvolvi unhas, não, garras
E um bico que crescia a cada dia.
De braços esqueléticos saíram penas
E reaprendi a voar
Agora mais alto.
O medo do predador?
Era minha companhia constante,
Mas agora tinha garras
Tomava o que queria
Agora tinha asas enormes
Abria-as e ia onde queria
Agora tinha um bico
Meu grito se ouvia em eco em distâncias inimagináveis.
Sempre que o sol se põe
Sinto o peso do vivido
As unhas longas e escurecidas
As penas grossas demais nem sempre suportam meu corpo em grandes ventanias
E meu bico cansado de resvalar um grito que já não é ouvido.
Sinto que é chegada a hora
De me recolher no alto de uma montanha
Meu ninho procurar
e reencontrar as forças adormecidas.
Meu grito silenciar desgastando meu bico nas pedras
e aprender a ouvir.
Minhas unhas incapazes de agarrar o que me sustenta arrancar
e permitir que os mais jovens me alimentem.
Minhas penas envelhecidas, pesadas e sem brilho extrair
e abrir espaço para novas asas surgirem
Pois do alto da minha colina,
durante minha renovação, acredito no mito
vislumbro uma amplidão desconhecida
e o desejo de Ìcaro renasce
agora como Fênix
procuro ramos aromatizados para meu ninho
peço ao sol que as deixe incandescentes
Que renasça em meu corpo
uma crista púrpura faiscante,
um pescoço longo e dourado,
uns olhos verde-azulados demasiadamente brilhantes,
uma cauda com penas brancas, roxas e azuis!
Que renasça em mim
umcoração que saiba amar,
umas mãos que saibam doar,
uma alma que saiba perdoar!
E de posse de minha nova vida,
recomeçarei meu eterno voo
em busca da minha Pedra Filosofal.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Com todo carinho...
Nem pretendo lhes ensinar o caminho...
Quero apenas dividir com você uma experiência positiva!
Encontrei estas 7 afirmações num “livrinho qualquer” que caiu do alto de uma prateleira, num sebo, justo na minha cabeça.
Quando o abri pela primeira vez meus olhos fitaram estas palavras:
1. ABRO-ME COMO UM CANAL PARA RECEBER A LUZ.
2. CONFIO NO PODER E NA MAGIA DO UNIVERSO.
3. ESTOU ATRAINDO CADA VEZ MAIS AMOR PARA MINHA VIDA.
4. ESTOU ATRAINDO CADA VEZ MAIS ALEGRIA PARA MINHA VIDA.
5. ESTOU ATRAINDO CADA VEZ MAIS ABUNDÂNCIA PARA MINHA VIDA.
6. ESTOU DISPOSTO(A) A DEIXAR QUE OS MILAGRES ACONTEÇAM.
7. ABRO-ME COMO UM CANAL PARA RECEBER A LUZ.
(GILL EDWARDS)
Para encerrar...
(prometi não tomar muito do seu tempo)
Tenho repetido essas 7 afirmações 7 vezes por semana...
E as imagens, crenças e pensamentos positivos tem mudado várias áreas de minha vida!
Já consigo sentir que hoje sou um Ser “um pouquinho melhor” do que era antes!
Um abraço amigo!
Risolete Maria
domingo, 19 de julho de 2009
Estou quase com o estranhamento de Cecília no Espelho, mas permita-me o trocadilho:
Eu não tinha esse rosto de hoje,
assim calmo, assim alegre, assim iluminado,
nem estes olhos tão profundos,
nem o lábio afetuoso.
Eu não tinha estas mãos que doam,
que canalizam as boas energias do universo;
Eu não tinha este coração
que hoje sabe amar.
Eu busquei essa mudança,
que não foi simples, ainda não é certa, nem está sendo fácil:
Em que espelho ficou perdida a outra face?
Não vale a pena lembrar!
Meu retrato de hoje
É mais fácil de amar!
NEM O TEMPO FOI APRENDIZAGEM
“Se você aprender apenas uma coisa nessa existência, deixe que seja isto: você é responsável pela criação de sua felicidade”
(Bartholomew)
Seus 80 anos não lhe ensinaram da vida o essencial: nunca atrelar sua felicidade a existência do outro. Nem seus cabelos brancos serviram para que parasse de sofrer e sentir pena de si mesma.
Levara uma vida amarga mesmo quando ainda cantava, ou sorria em público, atribuindo-se todas as culpas possíveis ou impossíveis. Mesmo aquelas que só existiam no seu imaginário eram suas. Afinal era o grande demônio das relações truncadas e, concomitantemente, a grande vítima da história.
Nunca se sentiu amada pelo marido, mesmo casada com ele há 60 anos. Dizia não ter sido uma opção, mas uma imposição paterna. Nunca percebeu que a sua escolha estava atrelada à figura do outro. Acreditava que o pai sabia melhor da sua felicidade e esperava que o marido a fizesse feliz.
Quis fazer de seus muitos filhos seus escudos, suas âncoras. Tentou costura-los entre si e a si mesma, fingindo uma família unida. Mas, na teia que se formou, os fios se quebraram e um a um foi escapulindo onde e quando conseguia. Os poucos que lhe deram algum motivo de felicidade distanciavam-se cada vez que ela tentava agarra-los.
Aprendeu, com a vida, a manipular as pessoas que a cercavam, a persuadi-las a realizar seus desejos, como uma aranha apanha insetos em sua teia, com o intuito de sugar-lhes a vida, torna-los fontes de sua alegria, de sua satisfação nunca completa.
Sempre lamuriosa, teceu uma história de lágrimas, amarguras e crenças como alegorias orientadoras repetidas com tanta freqüência e tamanha convicção que esqueceu de que eram apenas temas de um enredo criado por ela e passou a agir como se fossem todas verdadeiras.
Nunca teve satisfeitos seus desejos materiais. O dinheiro sempre fora um problema em sua vida. Vivia comprando o mais barato e sempre só o essencial para a sobrevivência. Precisava poupar para o tempo das vacas magras. Nem se deu conta que permanecia na miséria tanto material quanto de espírito. Ainda almejava que um filho enriquecido a tirasse daquele lugar de pobreza, queria orgulhar-se dele, mas ele não vinha. Talvez não existisse a não ser na sua crença da felicidade atrelada ao outro.
Nunca teve satisfeitos seus desejos da alma. Acreditava piamente que seria capaz de amar a si mesma se outra pessoa a amasse primeiro. Só construiu relacionamentos fundamentados no Ego e esse, só dá na esperança de receber, só procura o outro para ser amado. Foi assim que viveu, na eterna ansiedade de ser especial para alguém, para aumentar seu amor próprio ou diminuir seu sentimento de inferioridade.
Seus oitenta anos não lhe serviram para ver-se no espelho do mundo. Nunca percebeu que só receberia do outro o que sentia por si mesma. Terminaria assim seus dias? Ou ainda haveria tempo para encontrar a tão almejada felicidade dentro de si mesma?